Redução das emissões de carbono e preservação florestal

Redução das emissões de carbono e preservação florestal

O tema carbono tem ganhado cada vez mais relevância nos últimos anos, mas ainda faltam ações concretas por parte dos países e das empresas para reduzir suas emissões. Compromissos voluntários foram assumidos pelos países para reduzir suas emissões. Empresas divulgam metas de zerar suas emissões até 2030 ou 2050, ou seja, compromissos e metas de longo prazo, faltando ainda demonstrar qual o plano de ação para que essa redução seja atingida

Quando falamos das emissões brasileiras, o ponto que mais chama atenção no mundo é a questão do desmatamento. Nossas metas podem ser atingidas através da redução do desmatamento, ou da preservação florestal, mas o histórico nacional tem mostrado que somente leis e códigos não são suficientes para conter o desmatamento. Não se preserva uma floresta somente por uma lei ou a criação de áreas de reserva ou preservação permanente. A pressão econômica vai continuar existindo e, em consequência disso, o desmatamento. Se é necessário preservar e manter, quem paga os custos dessa obrigatoriedade? A preservação florestal tem um custo para o dono dessa área, seja ele privado, pessoa física ou público. Quais os mecanismos para viabilizar que as leis e os códigos sejam cumpridos? Felizmente, existem empresas e pessoas físicas que têm interesse na conservação florestal e até buscam meios de financiar essa iniciativa.

“Vimos protocolos, projetos e modelos para redução de emissões, mas nunca algo que enxergasse a realidade brasileira com o potencial florestal que temos; não faz sentido ficarmos sujeitos a padrões internacionais que não foram desenvolvidos com a nossa realidade. ” carbono e Fabian Peres Gonçalves Gerente de Sustentabilidade da SGS Análise e Ensaios.

No Brasil, já existe projeto que mede e contabiliza todo o benefício de uma floresta, que não é só carbono; existem outros componentes, como biodiversidade, fluxo hidrológico, questões sociais, que estão relacionados à floresta. Tudo isso já é medido e contabilizado na forma de carbono; dessa forma, os entes públicos e privados podem compensar seu impacto ambiental, ou seja, toda a sua emissão de carbono através da conservação florestal.

O potencial do Brasil em ajudar o mundo na redução das emissões é enorme: temos as florestas, temos como medir e contabilizar o benefício da floresta e, assim, disponibilizar para que as empresas e pessoas possam compensar suas emissões. Se somos tão cobrados mundialmente sobre o desmatamento, é justo que as florestas sejam tratadas como uma atividade agrícola, e que seja remunerada por isso, para garantir sua preservação. A certificação se torna algo essencial nesse processo todo, porque é através dela que é possível rastrear a área preservada e corresponder à pegada ambiental das empresas.

A certificação traz transparência para a empresa que fez o investimento equivalente à sua pegada ambiental, suas emissões, que se converteu em remuneração às pessoas que se dedicaram à preservação da floresta, possibilitando a produção dos benefícios ambientais, retorno social e financeiro através das riquezas naturais protegidas e preservadas. Um processo de certificação também serve para rastrear a área preservada correspondente à pegada ambiental das empresas e ainda contabilizar os benefícios para o meio ambiente. Ainda no cenário brasileiro, em outubro de 2021, foi regulamentada a Lei 13.986, de 2020, por meio do decreto Nº 10.828, de emissão de Cédulas de Produto Rural (CPR) de conservação de floresta nativa, conhecida como CPR Verde. Recentemente, em 2022, a B3 foi a pioneira no registro de uma CPR-Verde. Essa movimentação entregou o produto da conservação de florestas pela UCS – Unidade de Crédito de Sustentabilidade, no qual 1 UCS equivale a 1tCO2eq. Isso é uma inovação no cenário brasileiro, significa que, oficialmente, a conservação florestal é reconhecida como uma atividade agrícola. 

A preservação florestal passa a ser uma realidade além de obrigação legal, algo realmente palpável, onde os dois lados ganham: quem adquire uma CPR-Verde através de UCS para compensar seu impacto ambiental, suas emissões, e quem recebe para preservar a floresta – e o ciclo se completa. Até o momento, já vimos diversos protocolos, projetos e modelos para redução de emissões, mas nunca algo realmente efetivo e que enxergasse a realidade brasileira com o potencial florestal que temos; não faz sentido ficarmos sujeitos a padrões e modelos internacionais que não foram desenvolvidos ou estudados com a nossa realidade.

Projetos como esse viabilizam a preservação de florestas ao gerar condições econômicas aos produtores rurais de preservar e manter suas áreas de RLs – Reservas Legais, e APPs – Áreas de Proteção Permanente; também os próprios governos e entes públicos com suas unidades de conservação passam a gerar riqueza. Segundo o Net Zero Standard do Science Based Targets, “No curto prazo, empresas devem fazer investimentos além de suas cadeias de valor, por exemplo, uma empresa pode fornecer apoio anual a projetos, programas e soluções que fornecem benefícios quantificáveis para o clima, especialmente aquelas que geram cobenefícios para as pessoas e a natureza. […] Empresas devem priorizar a proteção aos estoques de carbono (terrestres, costeiros e marinho, etc.) para evitar as emissões que surgem de sua degradação. Há também necessidade de as empresas investirem em GEE nascente de tecnologias de remoção”. Num cenário em que se fala do cumprimento de metas “Net Zero”, nossas florestas estão aí disponíveis para serem contabilizadas não só em carbono, mas em todos os seus benefícios, sua biodiversidade, questões sociais, sendo uma solução extremamente eficiente para empresas e governos. Esse registro da primeira CPR-Verde no Brasil nos coloca numa posição de protagonismo na emissão de títulos verdes e sustentáveis de conservação florestal. Esperamos que essa iniciativa possa ser expandida, tornando a floresta um tesouro brasileiro, que será preservado. 

Artigo Publicado na Revista Opiniões

Para saber mais sobre a CPR-Verde, entre em contato com a gente!

Todo Edifício Pode Ser Verde: saiba mais sobre o EDGE

Todo Edifício Pode Ser Verde: saiba mais sobre o EDGE

Um edifício mais verde aumenta a eficiência do uso de energia, água e materiais. Esse tipo de projeto preserva recursos e diminui os impactos negativos sobre a sociedade e o meio ambiente durante todo o ciclo de vida do prédio, desde a construção e operação até a reforma e demolição.

Os prédios com esse perfil operam de forma mais eficiente que os edifícios tradicionais. Eles podem promover menores custos, aumento da produtividade da equipe, melhora da avaliação financeira da empresa e contribuição para o compromisso com a sustentabilidade.

Por que optar por uma construção mais verde? 

O planeta precisa de ajuda e poder contar com estratégias que ajudem a atingir emissões líquidas zero até 2050, será fundamental para amenizar os piores impactos das mudanças climáticas. 

A sustentabilidade é um tema em foco no momento e por isso, os governos estão adotando alvos climáticos rigorosos e tornando a legislação nacional líquida zero. Atualmente, os edifícios geram 28% das emissões de GEE relacionadas à energia e consomem 40% da eletricidade em todo o mundo.

Portanto, definir uma estratégia de edifícios verdes é uma ação importante do objetivo geral de sustentabilidade de uma empresa. Os edifícios contribuem com 37% do consumo mundial de energia e para mais de um terço de todas as emissões de gases do efeito estufa causados pelo homem. 

Elaborar um planejamento claro para a descarbonização de edifícios é essencial para alcançar o net zero.

Como podemos tornar cada edifício mais verde?

Este padrão de certificação desenvolvido pelo Banco Mundial, o EDGE é uma ferramenta que atua de forma estratégica, que tem como finalidade ajudar as empresas a conduzir a descarbonização de seus edifícios. 

Trata-se de uma plataforma gratuita usada para quantificar o impacto ambiental das operações de construção. Além disso,  identifica oportunidades de melhoria da eficiência e estima os custos de investimento associados necessários para fazer essas melhorias. O EDGE pode ser aplicado em edifícios novos e existentes, bem como a todos os tipos de edifícios.

Na ferramenta também há um banco de dados desenvolvido pelo IFC que calcula as bases locais para cada país ao redor do mundo. O App EDGE faz combinações de práticas locais da indústria, regulamentações locais, dados climáticos e custos de utilidade típicos.

Sobre a certificação EDGE 

A Certificação EDGE é baseada em três elementos: um aplicativo online gratuito, um padrão de construção verde e um sistema de certificação.

O padrão relacionado ao construção verde se concentra unicamente na eficiência de recursos. Sendo assim, é feita a avaliação de eficiência energética, a eficiência da água e a energia incorporada nos materiais de um edifício.

Um prédio para alcançar a norma EDGE, deve ser pelo menos 20% mais eficiente do que um edifício padrão naquela localidade nas três categorias. Ainda existem dois níveis adicionais: EDGE Avançado e EDGE Carbono Zero. 

Por exemplo, um prédio pode obter EDGE Avançado se a eficiência energética for melhorada em pelo menos 40%, além de uma melhoria de 20% nas outras duas categorias. Por se tratar de uma certificação de carbono zero operacional,  para obter a EDGE Carbono Zero, o edifício deve obter o EDGE Avançado e, depois, equilibrar a energia operacional com 100% renováveis no local ou fora do local. Outra alternativa é adquirir compensações de carbono para completar a 100%. Toda a energia deve ser contabilizada, incluindo o diesel e o GLP.

Quais são os benefícios de edifícios verdes certificados?

Os edifícios verdes que possuem certificação possuem as seguintes vantagens:

  • maior valor de venda e de revenda;
  • ciclos de vendas mais agilizados; 
  • menores custos operacionais;
  • taxas padrão de empréstimo mais baixas.

Parceria Sintali

Sintali é a parte Certificadora e a SGS a parte auditoria. As duas atuam em parceria (ou consorcio) para prover Certificação EDGE ao mercado. O objetivo é realizar uma revisão independente de terceira parte para revisar o projeto em relação ao padrão EDGE. A Sintali também emite certificados após uma decisão de certificação positiva para projetos individuais e portfólios de construção.

Atuação SGS

Nossos auditores credenciados fazem a revisão da documentação do projeto para a certificação preliminar e auditorias finais. A SGS fornece auditorias finais, incluindo revisão do projeto de documentos e uma inspeção visual no local do projeto. As auditorias da SGS podem ser realizadas em qualquer em qualquer país do mundo, para os locais de projeto e portfólios de construção contando com equipe técnica de suporte global. Clique aqui e entre em contato conosco e saiba mais.